Passarei 3 meses estudando meus mosquitos em Paris...Vou compartilhar as minhas impressões daqui da Cidade Luz... ^^
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Bonsoir mes amis!!! Comment ça va?
Quando aqui passou uma semana, já parecia um mês! Tanta coisa nova, tanta informação, tanta preocupação! O metrô ajuda nisso, pois fácil fácil você corta a cidade nele. E para isso fizemos a carte navigo que custa 60 euros por mês e te permite andar de metrô, bicicleta, trem e ônibus quantas vezes você quiser!!!!!! O que representa uma super economia. Se eu pagasse o passe de ida e volta do metrô para o mês, que é o que eu uso regularmente para vir ao museu, eu gastaria 96 euros! E isso sem contar os passeios. E dura a vida toda e todos têm direito. Para turista pode ser feito para quem vai ficar ao menos 1 mês, e quem fica de 1 a 3 semanas tem outro tipo de carte que tem validade de 5 anos, eu acho... A mãe da Pri e a amiga dela fizeram, e escolheram 5 zonas (para andar só por Paris são 2 zonas) e podem ir para os banlieues (as zonas suburbanas de Paris, que a contornam). Isso inclui, por exemplo, Versailles, o aeroporto Charles de Gaulle...
Falando de meios de transporte. Incrível como os motoristas respeitam os pedestres. Eu super acostumadas com a educação do motoristas ribeirão-pretanos estava esperando o carro virar à direita quando não mais que de repente vem uma francesinha na maior e atravessa a rua no farol vermelho. E não é que todos os carros param e não reclamam? Claro que as pessoas geralmente respeitam o sinal, a moça devia estar com pressa naquela ocasião, mas mesmo assim, se você um pé na rua, eles desaceleram... O único lugar parecido que conheci foi Brasília (acho que a única coisa boa daquela cidade J, na minha opinião, claro ^^).
Agora, comparando com cidades tenho me lembrado muito do centro de Manaus e do que me contaram de Salvador. O odor de urina!!! Especialmente nos metrôs e em alguns becos de ruas pequenas (muitas daquelas ruas bem pequenas, super charmosas, bem típicas de filmes, sabem? Inclusive a minha é assim, hehehe), um cheiro muito forte e desagradável, que atribuo ao xixi mais ao verão. E pasmem: já vi pelo menos umas cinco vezes os cidadãos, na maior desinibição, pararem e se aliviarem. Hoje mesmo, pouquinho antes de chegar ao museu, estou descendo a escada do metrô o moço do meu lado pára do lado da escada, abre o zíper e faz xixi!!!! Metrô lotado!!!!! Affe... Cadê o glamour?
Mais comparações. Argentina: de fato uma Paris em miniatura. Muita coisa parecida. O estilo de algumas construções, os café, os bistrôs, os postes de luz, algumas praças, sem mencionar o Obelisco.
Outra coisa interessante, os odores. Caminhando pela Champs Elisées você se sente quase que obrigado a entrar nas lojas pelos perfumes que elas exalam... Especialmente as de perfumes, claro. E como contraste, você está caminhando e na sua frente aquela francesinha três petite, mignon uma graça e bate um vento e você sente um soco no estômago. Achei que seria lenda, ledo engano (vale para os homens também, mas é chocante ver as mocinhas tão fedidinhas). Salvem os nossos indígenas que nos ensinaram a tomar banho todos os dias!!!!!
Mas agora coisas legais. O estilo dos franceses. Não é verdade que todos se vestem muito bem (parece que é mais assim na Itália, disseram as minhas fontes brasileiras lá nos últimos dias, rs) mas uma coisa todos têm: muito estilo. Você não vê a roupa da modinha, todo mundo usando o mesmo sapato, o mesmo tipo de calça, etc. Cada um usa aquilo que gosta mesmo. E às vezes é bizarro, mas ninguém repara. Os muçulmanos (especialmente as mulheres) são bastante elegantes, são modernas. Usam lenços bonitos, sempre maquiadas (discretas), óculos de grife... Uma parte dos africanos residentes aqui usa roupas típicas mesmo (perdoem, mas me esqueci o nome), aquelas super coloridas, os homens com batas e calças largas e as mulheres com aqueles vestidos transpassados e aquele lenço enrolado na cabeça, super estampado. Eu achei muito bonito de ser ver! E também tem muito indiano, mas eu os vi mais nos bairros mais pobres infelizmente, mas mesmo assim vi umas duas vezes mães com sári e seus filhos (crianças sempre mega animadas – nosso vizinho é indiano) e muitos (inclusive homens) com àquela pintura na testa, o terceiro olho acho.
Da mesma maneira, é muito normal (como deveria ser em qualquer lugar) os casais homossexuais. A gente fala que “aqui tem muito casal gay”, mas na verdade é que aqui eles parecem não precisar se esconder. Do mesmo modo que vemos casais de meninas e meninos aí no Brasil, aqui vemos com a mesma freqüência meninos e meninos e meninas e meninas, se beijando, se abraçando, atravessando a rua de mãos dadas, fazendo carinho... É muito bonito de se ver e mais bonito ainda ver que quase ninguém repara. Digo quase ninguém, pois seria ingenuidade dizer que não há preconceitos aqui. Certamente há, mas bem menos notável que no nosso país.
Fomos assistir ao jogo do Brasil num lugar onde estão sendo transmitidos todos os jogos da copa, fica em frente a torre Eiffel, chama Trocadéro. Foi muito legal ver a quantidade imensa de camisas e bandeira verde amarelas, muita gente mesmo! E muita gente sem, então tem muito brasileiro aqui mesmo! E grande parte dos franceses torcendo para nós. E tinha também uma meia dúzia de laranjinhas gritando “Holand!!!”, engraçado. Mas aí choveu e eles desligaram o telão. Eu nem gosto de futebol, mas ia ser bem desagradável ver aquela meia dúzia de holandeses comemorando a vitória, né? Ainda bem que choveu. Mas depois a Argentina perdeu e tudo ficou bem, hahaha.
Ah, fomos no fim de semana em Montmartre, affe que lugar cheio de turista, de gente, que bagunça! É uma mini 25 de março, um horror, não gostei. É o melhor lugar para comprar souvenirs, mas é o caos. Talvez fora de temporada seja menos movimentada, mas eu imaginava outra coisa, algo bem mais cultural, com arte... Não gostei. E é onde fica a Sacre coeur, uma igreja lindíssima, mas lotada de turistas e camêlos e pessoas cantando rock, músicas indianas, africanas, francesas, pessoas fazendo mini-shows, aquelas estátuas vivas, quase um circo... Não gosto mesmo de muita gente aglomerada, é trauma de São Paulo... Mas dentro a igreja é lindíssima (apesar de estar lotada ¬¬’), mas não pode tirar fotos. Ela levou 39 anos para ser concluída. Além de ver a igreja o passeio valeu para eu descobrir que não gosto de pontos turísticos cheio de turistas, incluindo eu, que descobri não ser uma boa turista, hahahaha.
Falando da Sacre coeur, lembrei de outra coisa. Aqui é o lugar do Do it yourself o famoso “faça você mesmo”. Para lavar a roupa basta você ter moedinhas e colocar na máquina, para alugar bicicleta pagar com cartão na máquina, com lanche em lanchonete você compra na máquina, você imprime suas fotos com moedinhas em máquinas, você pega sua lembrancinha da Sacre coeur em máquinas dentro da igreja... Para praticamente tudo existe uma máquina que dispensa um atendente e você executa o serviço sozinho. E até o momento todas que eu vi as pessoas utilizarem funcionaram muito bem.
Outra coisa engraçada também são as variedades de coca-cola: coca-cola sabor cereja (lata roxa), coca-cola descafeínada (lata marrom), edição especial de um estilista da Channel – Karl Lagerfeld (garrafa branca e rosa, um charme! rs), latinha de 150 ml... O chá gelado também tem na versão com gás e sabor frutas vermelhas.
Agora para os colegas dipteristas, taxonomistas e biólogos mais informados da história dos nosso Keroplatidae: Achei a coleção do MZUSP!!!!!!! São 12 caixinhas... Estou fazendo uma listagem de todo o material agora. Mas uma notícia ruim: ninguém sabe dos tipos em álcool! E a coleção em álcool está quase seca!!! Tem Mycetophilidae lá!!!!!!!!!!! Um pecado... Coitado do Matile, ele deve ter morrido pela segunda vez só de desgosto... E cada vez que eu tomo contato aqui com as anotações dele, com o material, me dá um aperto de ver como as coisas ficaram... Até a bibliografia está bem bagunçada. Mas o Emmanuel (o technicien daqui) foi muito gente boa e conseguiu quase tudo que eu pedi, até uma publicação de Cuba com fotinho do Fidel e tudo, rs. Aliás, como fala rápido esse moço... Está difícil a comunicação! Hahahaha E eles devem ter uma ojeriza de falar inglês que eu não sei o que é mais difícil de entender, o francês rápido ou o inglês com desdém. Optei pelo francês, hahaha, o dicionário fica ligado o dia inteiro! Bom, é isso.
Bisous! À bientôt!