23 de ago. de 2010

¡Hola chicos!

¡Hola chicos! ¿Cómo están?

Escrevo em ritmo costariquenho em homenagem aos meus companheiros “mosquitólogos” que bateram asas até à Costa Rica essa semana que passou. Só não fiquei com invejinha por estar aqui em Paris ao redor de caixas e caixas de mosquitos, mas tenho certeza que perdi grandes momentos por lá... (Quem já viu o Renatinho – vulgo Lazarento – hablando espanhol sabe o que eu estou dizendoJ)

Bom, após uma semana beeem enferrujada (mãe, eu não torci o pé, eu dei um mal jeito, nada grave J), sexta eu já estava quase nova e não perdemos o fim de semana! (Ufa!)

A semana foi chata... Rendeu pouco e com algumas dores... Pelo menos as aventuras gastronômicas em casa salvam sempre o dia. Exceto pela guerra que vem sendo travada entre o arroz orgânico integral Bio e eu. Ele não cozinha! Acaba que nós sempre comemos ele mais durinho do que o normal mesmo para um arroz integral. 2x0 para ele. Mas essa semana eu viro o jogo, aguardem os próximos capítulos.
O Arroz, salada e linguicinha


Também na seção gastronômica da nossa vida parisiense tem a saga pelo marrom-glacê de Paris, que não é de batata-doce! É de uma castanha portuguesa. Quem deu a dica foi a Vera (esposa do meu orientador J), que quando esteve aqui comeu e amou! Achamos apenas o creme de marrom, nada dos docinhos glaceados ainda, e foram eles que estabeleceram parte do nosso trajeto de fim de semana.

Fomos num mercado muito grande (La Grande Épicerie de Paris – para quem quiser ir: 38 Rue de Sèvres 75007 Paris, hehehe, eu recomendo!) onde tem tudo e mais um pouco, mas não tinha o marrom-glacê L. Ele fica junto ao Le Bon Marché (www.lebonmarche.fr), outra galeria de lojas aqui da França, na Rive Gauche. Um pouco de informação: o edifício foi construído em 1869 pelo arquiteto Alexandre Leplanche, e foi o primeiro prédio da França à utilizar a estrutura metálica de Gustave Eiffel, que para a época, foi considerada uma arquitetura revolucionária e quando o prédio ficou pronto em 1887 estava criada a loja de novidades mais vasta do mundo. Diferentemente das outras galerias, essa é mais vazia e tranqüila, com bem menos turistas, talvez por isso seja uma das preferidas pelos parisienses.

Chapelle Notre Dame de la Médaille Miraculeuse
Lá também fica a Capela da Nossa Senhora da Medalha Milagrosa (Chapelle Notre Dame de la Médaille Miraculeuse), na rue du Bac. De acordo com a história, nesta Capela, a Virgem Maria apareceu em 1830, a uma noviça das Filhas da Caridade, Santa Catarina Labouré, para oferecer ao mundo uma medalha. Aí, quando aconteceu em fevereiro de 1832, uma grande epidemia de cólera, onde cerca de 20.000 pessoas morreram, as Filhas da Caridade começaram a distribuir as primeiras medalhas e começaram a aumentar as curas, e assim o povo de Paris chama então a medalha de "milagrosa". Diferente da maioria das igrejas, a capela é ilumida e cheia de cores, suaves. É silenciosa e agradável. Nada como a balada da Sacre-coeur e a bagunça de turistas da Notre Dame de Paris. As pessoas podem comprar as medalhinhas e há uma freira que as abençoa. É um ambiente muito tranqüilo e de muita paz, muito simples e sem ostentação. E a freira faz uma oração muito bonita, além de ser muito amorosa e simpática. Em anos acho que esse foi um dos poucos espaços religiosos que me senti muito bem. Ah, mesmo os turistas que vão lá são silenciosos e educados. Bem diferente do que encontramos no Louvre e Sacre-coeur, por exemplo.

Aproveitamos que chovia e fomos tomar um café. Finalmente! Não tomava café desde que saí de Ribeirão Preto. E olha que é bem bom! Nada como o cháfé da Argentina. Deu até uma animada depois disso! Antes disso tudo, descemos no metrô Saint-Germain-des-Prés, onde fica a église Saint-Germain-des-Prés!!! É um bairro conhecido como “o bairro ligado à vida intelectual da cidade”, muito pela presença de livrarias e alfarrabistas (sebos em português de Portugal,  J) nas suas ruas. Hoje é marcado pela presença de lojas de marcas famosas, mais do que freqüentada pelos intelectuais. Mas o mais interessante (para mim J) foi uma espécie de feirinha (quase hippie) com muitos artefatos russos. Além das famosas Matrioshkas, muitos artefatos trabalhados com âmbar russo! Colares, anéis, pingentes, brincos... Procurei mas não vi nenhum inseto lá, hahaha! Também artesanato em vidro e gemas preciosas. Também barracas com lenços e chapéus, mas isso nós encontramos em todas as esquinas de Paris! J

Almoçamos no MacDo. Quis provar o lanche típico aqui da França! Meu deus! O lanche é maior que o Big Mac! Muito bom, não é gorduroso, o pão parece o ciabatta, o hambúrguer é grelhado e o queijo é um branco, não sei qual ao certo. Mas muito grande! Aí, vem a reflexão: o mito das “porções pequenas”. Pode ser que nos grandes e famosos restaurantes de comida vraiment française as porções sejam reduzidas, mas no dia a dia, nos restaurantes onde todo mundo come, boulangeries, épiceries, pâtisseries, etc, as porções são muito grandes! As baguetes são imensas e super recheadas, as pizzas individuais são enormes, as refeições são grandes (entrada, prato principal e sobremesa), as saladas também! Os franceses comem muito bem obrigado! Além de variedade e qualidade (muita salada, frutas, iogurte e pouca gordura) a quantidade é muito generosa! Não rola pedir um menu MacDo se você não estiver varado de fome. E o mesmo vale para as pizzas e baguetes! J

Sim, eu estou falando bem da comida francesa. Sentimos muita falta da nossa comida brasileira (especialmente sucos naturais e frutas!), mas dá para passar muito bem aqui e cozinhando em casa, dá para comer bem e barato. É só abrir mão da carne vermelha (um bifinho bem mais ou menos custa cerca de 10 reais). Bem diferente do que eu senti na Argentina, para comer bem tem que gastar bastante (e não achei tão boooom, as saladas daqui são muito melhores!) e comer barato não é saudável. Vou sentir falta das comidinhas da França sim, especialmente as que fazemos em casa! J Essa semana rolou de prato principal um salmão assado com creme de champignon! Mais saladinha e arroz integral. J
Salmão e salada!

Voltando ao nosso trajeto... Nesse mesmo sábado fomos conhecer a Paris moderna. Fomos ao maior centro financeiro da cidade de Paris (e o maior centro empresarial desenvolvido na Europa), chamado La Défense (nome em memória a resistência oposta pelos franceses às tropas prussianas na guerra de 1870-1871). Fica na extremidade ocidental de Paris, ao longo do famoso Eixo Histórico, que começa no Louvre, no centro de Paris, e continua ao longo da Champs-Élysées, através do Arco do Triunfo, até culminar em La Défense, onde encontramos o Grande Arco (Grande Arche de la Défense), com cerca de 110 metros de altura, quadrado, moderno e sem graça. Lá encontramos os maiores e mais altos edifícios da área urbana de Paris. O arco foi construído em 1989, no bicentenário da Revolução Francesa, projeto de um arquiteto dinamarquês chamado Otto von Spreckelsen, e simboliza “uma janela aberta ao mundo”.
Lugar muito legal que vale a pena visitar. Mas descobri que gosto mais da Paris das construções antigas J. Parece mesmo outro lugar! Atenção para o monumento de “Dedão” que tem lá, hahaha, lembrei do gato da minha amiga que é apaixonado pelo meu dedão do pé, hahaha, se ele visse esse dedão Buba, ia ficar louco! J

A estação de metrô de lá lembra a rodoviária de Ribeirão preto antes da reforma, bem feinho e sujo lá. Passear de metrô aqui também é interessante. Cada metrô é de um jeito, nada muito padronizado. Enfim, andamos muito e vamos para casa, porque no domingo iríamos no Zoo! J

Sim, iríamos, pois choveu muitoooo! Mas mesmo assim fomos ao Museu de Paleontologia e Anatomia Comparada do Museu de História Natural. Passeio mais que recomendado aos Cursos de Ciências Biológicas que propõem disciplinas de Anatomia Comparada em suas grades. Eu não tive nem anatomia muito menos histologia e embriologia comparadas, apesar do meu histórico dizer que sim! J

O prédio divide a exposição em três andares. O primeiro com vertebrados atuais, o segundo fósseis e o terceiro invertebrados fósseis. Muitos esqueletos completos, ossos, órgãos, fósseis (réplicas e verdadeiros)! E o prédio, mais antigo, compõe o clima bem “antigão”, além das etiquetas feitas à mão sei lá em que século (final do XIX, começo do século XX). Gostei! Muitos animais expostos foram estudados pelo próprio Cuvier e muitos dos exemplares expostos tem a sua história contada lá, por exemplo, um rinoceronte do Jardin des Plantes do começo do século XIX, depois que morreu foi estudado pelo Cuvier. Ele é menor que a Galeria de Evolução, menos “Uau!!”, mas excelente! Quem gosta de paleontologia e/ou morfologia comparada e/ou vertebrados vai curtir muito! Eu adorei! Apesar de que a seção de invertebrados é bem abandonada... Claro, com os holofotes virados para os trilobitas e amonites gigantes! J

Depois, fomos à estufa (Serre), com uma parte reservada às florestas tropicais, uma à flora da Nova Caledônia, flora de ambientes desérticos e uma com várias plantas “fósseis-vivos” e seus respectivos fósseis juntos. Muito bonita, nunca havia ido à uma estufa, mas o mais engraçado foi ver o pessoal daqui embasbacado com a vegetação tropical, equivalente à um jardim bem cuidado aí no Brasil. Talvez por isso eles sempre perguntem para nós quando sabem que somos brasileiras “Vocês já foram na Amazônia?”! Hehehehe... J

Ah, não posso esquecer de contar! A estufa é bem mal-organizada. Saímos para a outra parte da exposição sem ver as plantas desérticas, achando que era possível voltar. Não era. Aí, fomos pedir informação para uma senhora que trabalha com as informações da Estufa. De cara ela mandou eu comprar o bilhete. “Já comprei senhora, quero saber onde fica a exposição de plantas do Deserto”. Ela olhou para mim “Já viu tudo e não viu as plantas do deserto?”, e eu “Sim é isso”, e ela “Você não tem dois olhos não?”. Uma fofa. Mas deixou nós voltarmos e vermos (com os meus quatro, não dois olhos, afinal uso óculos J) as suculentas e cactáceas! Hehehe Ah, o bom humor francês... Definitivamente não sentirei saudades!

Bom, aí, tomando chuva, fomos almoçar (às 17h, pois perdemos a noção do tempo lá no museu) e depois para casa...

Bom, sempre tem mais a ser dito. Mas fico por aqui. Frio frio hoje! Vamos aquecer na luz da lupa, hahaha!

Um grande beijo para todos!

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