11 de ago. de 2010

Ser feliz ou estar feliz? Eis a questão... :P

    O texto abaixo foi extraído da Revista Galileu. Sim, tem bem um estilo auto-ajuda, mas acho que o sucesso dos livros e programas de auto-ajuda tem um significado. E o próprio texto abaixo explica um pouco do que eu creio ser esse significado.
    Fiz tudo o que fiz até hoje (amizades, escolha da profissão, decisões...) para ser feliz. Cresci num ambiente feliz, com pais maravilhosos que me ensinaram que não importa quantos e quais problemas batam à sua porta, enfrente os mesmos sempre com um sorriso na boca (por mais dolorido que seja) e logo tudo estará bem de novo. E ao longo dos meus 27 anos tem funcionado bem, e olha que os problemas têm batido constantemente à nossa porta.
     Mas também encontrei por aí, fortuitamente (afinal, todos, mesmo a quem achamos indesejáveis, tem um papel importante em nossas vidas), pessoas amargas que por vezes argumentaram sobre a inexistência de Felicidade, a qual seria apenas mais um verbete, sinônimo de alegria, afinal, a vida é tão difícil...
    E é para alguns desses pobres sofredores (alguns, pois alguns desses se recusam à qualquer ajuda, seja de livros, amigos, psicólogos... pois eles têm a triste verdade da vida dentro de si) que se recusam a ao menos tentar olhar às suas próprias vidas por outros viés. E por isso mesmo, muitos deles olham para a vida do colega ao lado, não para a sua, pois como nos reality-shows televisivos recordistas de audiência, é muito mais simples e divertido opinar, decidir e direcionar a vida alheia. E pasmem, muitos desses pobres sofredores odeiam reality-shows! Curioso, não?
    Felicidade é estado de espírito. E independente de qualquer crença (faço parte de um meio repleto de ateus e também de teístas), se vamos para um outro local ou se apenas vamos terminar como parte do ciclo do carbono, por que viver uma vida miserável? Sim, não há felicidade plena. Todos os dias os jornais barbarizam com notícias terríveis, tropeçamos em pessoas dormindo nas ruas, pedindo comida, dinheiro, vemos pessoas se agredindo gratuitamente, se ofendendo, trapaceando... Mas se é assim, vamos fazer o quê? Aceitarmos a condição miserável do ser humano e esperar pelo céu ou pelo ciclo do carbono?
     Se temos todas essas "miseralidades" temos a panacéia disso tudo dentro de nós mesmos. Do mesmo modo que posso interpretar um livro diferentemente de você, interpreto a vida também. Vejo a felicidade como estado de espírito e procuro estar feliz sempre que possível para ser uma pessoa feliz, e sou! :D Sou feliz, constantemente, pelos meus pais, pelo país que nasci, pelo irmão que tenho... Sou feliz por coisas que sempre serão o que são. E estou feliz hoje porque comi melancia, porque vi um beija-flor numa flor roxa...
     Simples não? Eu acho simples. Mas nem tudo que é óbvio para mim é para você, certo?
***


Felicidade: construa a sua
JULIANA TIRABOSCHI
Um objetivo a cada vez
Simplicidade, foco e maturidade são fundamentais para quem quer encontrar sua fórmula de bem-estar
Simplificar a vida e definir o que é importante para você. Eis a última etapa da nossa busca pela felicidade. Avalie: você precisa mesmo daquele celular de última geração? Se achar que sim, vá em frente. Mas pense se não vale mais a pena investir o dinheiro em uma viagem, por exemplo. Segundo Tal Ben-Shahar, Ph.D. em psicologia e filosofia e professor de psicologia positiva na Universidade de Harvard (EUA), pesquisas mostram que uma vez que nossas necessidades básicas estejam supridas - alimento, abrigo e educação, por exemplo -, renda extra ou prestígio fazem pouca diferença.
Uma prova viva disso é Mitch Dorge, outro entrevistado pela psicóloga Sonja Lyubomirsky e ex-percussionista da banda canadense Crash Test Dummies, que atingiu relativo sucesso mundial no começo dos anos 1990 com o hit "Mmm Mmm Mmm Mmm". Na época, o músico concorreu ao prêmio Grammy, participou de programas como o "Saturday Night Live" e viajou pelo mundo. Mas as coisas começaram a dar errado. Ele saiu da banda, perdeu sua mansão e rompeu com a mulher. Hoje, vive próximo a Winnipeg (Canadá), em uma região pouco habitada e gelada, em companhia dos dois filhos pequenos. Em paz e envolvido com sua música. "Já tive dinheiro e fama. Agora não os tenho, mas meu nível de felicidade é o mesmo. Não há nenhuma diferença", diz Neil. Esse estilo de vida não funcionaria para todo mundo, obviamente. Mas o importante aqui é que o músico encontrou seu foco.
Às vezes, a promessa de ganhar um bom dinheiro motiva mudanças radicais. Esse é o caso de centenas de jovens jogadores de futebol que vão trabalhar em outros países. Em troca de um bom (às vezes milionário) salário, enfrentam obstáculos como idioma, comida, clima e diferenças culturais. Mas muitos não estão preparados. De acordo com o livro "Futebol Exportação" (Editora Senac-Rio), dos jornalistas Fernando Duarte e Claudia Silva Jacobs, dos 804 boleiros que em 2005 deixaram o Brasil, mais da metade retornou: 491.
Mania de acumular
Muitos ainda não têm a maturidade para adaptar-se a uma situação adversa, fator determinante no percurso rumo à satisfação, segundo os psicólogos. Esse foi o caso do jogador Denílson de Oliveira, atualmente no Palmeiras. Em 1998, com quase 21 anos e destacando-se no futebol brasileiro, o atacante foi comprado pelo time espanhol Real Bétis, tornando-se o jogador mais caro do mundo. "Era impossível recusar, mas se o contrato fosse assinado hoje eu teria reagido de outra maneira. A pressão para ser o melhor do mundo pesou muito", afirmou em entrevista aos autores do livro. Até seu jeito espontâneo atrapalhou a convivência em outra cultura. "Ser alegre me prejudicou. Você sorri e não te levam a sério", afirma Denílson.
Então por que ainda acreditamos que ter mais bens ou status vai nos trazer felicidade? Sob uma abordagem evolucionária, pode ser que nosso passado distante determine nosso comportamento atual. "Quando éramos coletores caçadores, o estoque de riquezas - comida, principalmente - determinava se iríamos sobreviver à próxima seca ou inverno rigoroso", afirma Tal Ben-Shahar. Estocar tornou-se parte de nossa existência, mas hoje acumulamos muito mais do que realmente precisamos.
Isso não significa que você não deve se preocupar com dinheiro ou trabalho. Afinal, a realização profissional também pode ser uma fonte de satisfação. Principalmente se você estiver envolvido com um trabalho que traga um senso de valor e pertencimento, cujos esforços resultem em efeitos palpáveis. "Isso vale tanto para a atividade de um médico quanto para a de um varredor de rua", diz o psiquiatra Hermano Tavares. Afinal, ambas as ocupações trazem um benefício para a sociedade.
A chave neste ponto é descobrir o que move você. Gretchen Rubin, a advogada do "Projeto Felicidade", dá seu palpite. "Quando me pedem conselhos de carreira, eu pergunto: 'O que você faz no seu tempo livre?' Sugiro que transformem isso em trabalho". Para Gretchen, pode ser difícil descobrir sua paixão, mas é fácil se lembrar do que você curtiu fazer nos últimos domingos. Ela mesma deixou um emprego bem-sucedido na Suprema Corte americana para se dedicar em tempo integral ao hobby de escrever. Alguém dúvida que Bill Gates, fundador da Microsoft, acertou em cheio quando transformou sua paixão por informática em trabalho?

2 comentários:

Anônimo disse...

Acho bem interessante o seu blog... É notório o seu conteúdo científico e crítico. Por isso, talvez, tenha me impressionado a forma como conduziu sua opinião a respeito do texto aqui anexado. Rafaela, somos seres sociais e, curiosamante, onde há relação, há disputa por poder e liderança. Considerando essa premissa, fica difícil estabelecermos relações genuinamente altruístas. Vc, como bióloga, deve conceber a alteridade como algo natural. Há diversidade em todos os nossos fenótipos e a personalidade faz parte desse pacote, com um plus de relevância que é a influência do meio sobre a história peculiar de cada indivíduo. Vc há de convir que há um reducionismo ingênuo em sua interpretação. Ninguém é igual a ninguém! A sua alegria não deve ser receita de vida, até porque ela está para além do desejo.

Anônimo disse...

Aceitar o outro tal como ele é o maior desafio de nossas vidas. E não se esqueça: a sua suposta alegria não é superior a nenhum outro sentimento ou condição humana.